NOTÍCIAS
Oficina aprimora atividade judicial no enfrentamento ao tráfico de pessoas
31 DE JULHO DE 2023
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reúne magistrados e magistradas das Justiças Estadual, Federal e Trabalhista para identificar e encontrar meios de superar os desafios na produção e no compartilhamento de provas em processos judiciais que tratem do tráfico de pessoas no Brasil. A oficina de trabalho Produção de Provas no Processo Judicial nos Casos de Tráfico de Pessoas foi desenvolvida em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT) e a Organização Internacional para Migrações (OIM).
A oficina ocorre nesta segunda-feira (31/7) e na terça-feira (1/8), nas sedes do CNJ e da ENAMAT, em Brasília. O encontro volta-se à capacitação da magistratura a partir da integração dos segmentos de justiça estadual, federal e trabalhista nos pontos em que o tráfico de pessoas perpassa por mais de uma esfera de justiça. A atividade amplia a perspectiva de análise do problema e o aprimoramento do conhecimento vem da interação e troca de experiências. Na primeira etapa da oficina, que aconteceu nesta manhã, juízes e juízas apresentaram casos e indicaram caminhos para o fortalecimento da repressão desse crime. Já os especialistas abordaram a complexidade dos crimes que envolvem o tráfico de pessoas e a forma de comprovar sua ocorrência em Juízo.
Uma situação de trabalho análogo à escravidão, por exemplo, revelada na seara trabalhista e que teve por antecedente o crime de tráfico de pessoas para tal fim, será processado e julgado na Justiça Federal. “O tráfico de pessoas, por sua transversalidade e complexidade, precisa ser tratado de forma abrangente pelos ramos de Justiça afetos à situação fática. No caso do tráfico de pessoas para o fim de submeter a vítima a trabalho em condições análogas à de escravo, por regra, é a Justiça do Trabalho, com sua natureza protetiva, que mantém o primeiro contato com os fatos delitivos, só após, na perspectiva criminal, a questão passa à Justiça Federal para processamento e julgamento dos crimes respectivos. Assim, precisamos aprofundar o debate sobre o compartilhamento de provas entre magistrados ou magistradas de diversas competências, além da utilização da medida cautelar de antecipação de provas, para resguardo da eficácia do processo criminal e prevenção da revitimização do sujeito passivo do crime”, diz a juíza auxiliar da Presidência do CNJ Lívia Peres.
Baixa judicialização
Outro aspecto tratado na oficina é o fato de que crimes envolvendo tráfico de pessoas, principalmente o internacional, muitas vezes nem sequer chegam ao conhecimento da Justiça. “O quantitativo de processos de crimes de tráfico internacional que tramitam na Justiça Federal é pequeno e muitas vezes a ação penal é extinta por insuficiência de provas. Estamos aqui exatamente para identificar os desafios e propor estratégias que aprimorem o enfrentamento ao tráfico de pessoas”, diz Lívia Peres.
O juiz auxiliar da Presidência do CNJ Jônatas Andrade ressaltou a necessidade de o Estado brasileiro trabalhar em três fases nos casos de trabalho análogo à escravidão: planejamento, resgate e pós-resgate. Ele citou também a Vara Itinerante na Amazônia e o grupo móvel do Ministério do Trabalho como exemplos de ações importantes, mas reforçou o fato de os resgatados voltarem a se submeter às condições degradantes por conta da permanência da condição de vulnerabilidade, ciclo que precisa ser rompido.
O juiz da Vara da Infância e da Juventude da Penha de França, Paulo Roberto Fadigas César, destacou a importância de a Justiça ter paciência e empatia para escutar as pessoas nessas situações a fim de que o processo seja instruído, também, de maneira qualificada.
A juíza federal Valéria Caldi Magalhães (TRF2) citou que muitas pessoas envolvidas em tráfico de pessoas nem sequer se percebem como vítimas desse tipo de crime. Uma delas foi cooptada para ser barriga de aluguel de um casal estrangeiro. Contatada por uma rede social, a mulher acabou sendo vítima de uma rede de tráfico para fins de adoção.
Ao final da oficina, os participantes deverão construir reflexões sobre o tema e indicar contribuições para aprimorar a produção de provas nos processos de tráfico de pessoas.
Texto: Regina Bandeira
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias
The post Oficina aprimora atividade judicial no enfrentamento ao tráfico de pessoas appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Anoreg RS
Diário de Pernambuco – Desconto de até 70% para dívida ativa será possível na nova renegociação; saiba mais
11 de janeiro de 2024
Prazo de adesão vai até 30 de abril no sistema Regularize, da PGFN
Anoreg RS
RFB – Receita Federal atualiza procedimentos no âmbito do CPF, melhorando a vida do cidadão e promovendo a correta aplicação dos recursos públicos
11 de janeiro de 2024
Nova Instrução Normativa do Cadastro de Pessoas Físicas atualiza procedimentos visando aperfeiçoar o cadastro e...
Anoreg RS
Anoreg/RS realiza cerimônia de posse da diretoria eleita para o biênio 2024/2025
10 de janeiro de 2024
Solenidade foi realizada na terça-feira (09), na sede do IEPTB/RS, em Porto Alegre e empossou Cláudio Nunes Grecco...
Portal CNJ
Justiça estadual é competente para julgar ação de cobrança de empreiteiro contra contratante
10 de janeiro de 2024
Ao analisar conflito de competênciaConflito de competência (sigla CC) é um incidente processual em que se discute...
Anoreg RS
IRIB – Curso Online de Pós-Graduação em Direito Notarial e Registal – Professor Doutor Manuel Henrique Mesquita
10 de janeiro de 2024
Inscrições poderão ser realizadas até o dia 15 de janeiro! Não perca esta oportunidade!